segunda-feira, 19 de novembro de 2012

História da Arte Ocidental



Arte Ocidental
A história da arte ocidental diz respeito ao estudo, registro e discussão do desenvolvimento da arte em sua manifestação na evolução da sociedade ocidental. Esta história apresenta diferenças significativas em relação à evolução da arte no mundo oriental. Os estudos que tradicionalmente se faziam sobre história da artenormalmente levavam em consideração apenas a evolução deste campo da arte devido ao eurocentrismo corrente no mundo ocidental. Este estudo, no entanto, ao se considerar a cultura ocidental como elemento fundamental da vida contemporânea, faz-se necessário a fim de se compreender o alcance da arte ao redor do mundo, recebendo influências e sendo influenciada por outros movimentos. Estudiosos como Giulio Carlo Argan, por exemplo, consideram a arte contemporânea um desdobramento da crise da arte enquanto ciência europeia.
Esta história pode ser considerada predominantemente restrita ao contexto europeu por mais de três milênios: o núcleo principal da arte ocidental permaneceu no continente europeu até meados do século XX, especialmente após a II Guerra Mundial, quando o eixo desloca-se dali para os Estados Unidos.
Arte antiga
Ver artigo principal: Arte antigaÉ na antiguidade que surgem os primeiros conceitos teóricos a respeito da sistematização e estudo das artes. Ainda que cubra um período bastante longo, destaca-se aí a formulação da estética clássica, reunindo as culturas grega e romana.
Durante praticamente toda a Antiguidade, a arte esteve bastante associada às necessidades formais dos rituais religiosos: as várias formas de produção artística (pintura, escultura, arquitetura), buscavam de alguma forma trazer para o mundo mortal os valores do mundo divino. Esta visão de arte é especialmente encontrada nos egípcios e babilônios. Os gregos e romanos, porém, ainda que cultivem esta necessidade, caminharão para uma arte com novos significados. A arte, para eles, tornar-se-á uma forma de humanismo.
Não existia a noção de perspectiva, que só foi (brevemente) desenvolvida pelos gregos, em um conceito chamado escorço, mas ainda não sistematizado (algo que será feito apenas no Renascimento). Desta forma, a pintura egípcia, por exemplo, caracterizou-se por propor uma realidade em suas pinturas que se mostrava não apenas bidimensional como simbólica: os personagens de maior importância, como os faraós, eram representados em uma escala bem maior que as demais figuras.


Arte clássica: Grécia e RomaVer artigo principal: Arte clássica
Estátua clássicaOs gregos são responsáveis pelo conceito de arte que permeará praticamente toda a produção ocidental durante mais de 2000 anos. A palavra grega para a arte étekné, que também significa técnica ou ofício. Este conceito está associado à ideia de mímese, que considera que no mundo real, a manifestação artística deve representar a busca do ideal. O ideal, para os gregos, é representado pela Perfeição da Natureza, desta forma, a arte deve ser perfeita. Portanto, segundo o ponto de vista clássico, a arte é imitação da Natureza, mas não se resume a um simples retrato dela, mas à busca de uma Natureza ideal e universal. A busca deste ideal universal de Natureza é, para a arte clássica, a busca da Beleza universal, pois a Natureza, sendo perfeita, é bela. Não existe separação, segundo este ponto de vista, entre arte, ciência, matemática e filosofia: todo o conhecimento humano está voltado à busca da perfeição.
Os gregos são responsáveis também por uma série de avanços do ponto de vista técnico da produção artística. A arte grega por excelência foi a escultura: os gregos desenvolveram-na de forma impressionante, considerados os exemplares de outras culturas do mesmo período. A busca pelas relações naturais perfeitas levou também a que a estatuária grega estabelecesse determinados padrões de beleza que a tornavam, ainda que absolutamente naturalista, distante da realidade cotidiana. As proporções dos corpos humanos ideais seguiam normas rígidas, de forma que a produção escultórica fosse uma busca e uma consequência destes padrões: como exemplo, a altura do corpo masculino deveria possuir aproximadamente sete vezes e meia a altura da cabeça. Esta canonização chegou até os dias atuais principalmente pela preservação dos textos vitruvianos durante a Idade Média, mas é possível que tratados diversos possuíssem regras diferentes.

Arte medieval

Pintura medieval: pedagógica religiosa Durante a Idade Média a arte esteve predominantemente comprometida com o projeto de difusão e propaganda do Cristianismo europeu. Durante este período, visto que a vasta maioria dos camponeses era iletrada, as artes visuais eram o principal método para comunicar as ideias religiosas aos fiéis, juntamente da apresentação de sermões. A Igreja Católica era uma das poucas instituições ricas o suficiente para remunerar a obra dos artistas, e portanto a maior parte das obras eram de natureza religiosa (condicionando o que se conhece por arte sacra).
Desde a queda do Império Romano, muitas das técnicas artísticas desenvolvidas na Grécia Antiga foram perdidas, o que levou a pintura medieval a ser predominantemente bidimensional. Como não havia nenhuma noção de perspectiva na produção artística do período, as personagens retratadas eram pintadas maiores ou menores de acordo com sua importância e seu simbolismo e não de acordo com sua posição relativa à tela e ao olho do observador. Ao lado da pintura, a tapeçaria era a mais importante forma de arte medieval: as peças de tapeçaria eram elementos necessários para manter o calor interno dos castelos no inverno (os quais eram construídos predominantemente com pedra). A mais famosa tapeçaria medieval é o ciclo conhecido como A senhora e o unicórnio.
As duas principais manifestações arquitetônicas (principalmente relacionadas à construção de catedrais) eram o românico (até meados do século XII) e o gótico (de meados do século XII em diante). Apesar de ambas serem normalmente associadas a diferentes períodos históricos, elas nunca deixaram de ser construídas e eventualmente manifestavam-se paralelamente. Destaca-se também a formação das corporações de ofícios, especialmente durante o período do Renascimento comercial, reunindo artesãos que detinham o monopólio do conhecimento prático de determinado assunto.
Vale ressaltar que o povo durante a Idade Média não possuía o hábito da leitura, visto que eram poucos aqueles que tinham acesso à escrita e que podiam ler. Portanto, as artes visuais foram um dos principais meios encontrados pela Igreja Católica de passar para a sociedade os valores do cristianismo.
A maioria dos artistas medievais eram anônimos e o trabalho coletivo era bastante comum. Além disso, é difícil identificar artistas individuais no período.
O Renascimento

O homem vitruviano de Leonardo da Vinci é o símbolo do espírito humanista da Renascença. A arte do período reflete as características do desenho: classicismo, razão esimetria.Durante a Idade Média europeia, as pinturas e esculturas tendiam a focalizar a religião, mais especialmente o Cristianismo. À medida que a Renascença emerge, porém, o foco dos artistas descola-se para o passado clássico, buscando influências na Grécia e Roma antigas, levando a profundas mudanças tanto nos aspectos técnicos quanto nos motivos e temáticas da pintura e escultura. Os pintores, então, passam a aumentar o realismo de seus trabalhos usando as novas técnicas daperspectiva (recém-redescoberta e bastante desenvolvida), representando mais autenticamente as três dimensões. A manipulação da luz e sombra, como o contraste de tom evidente nos trabalhos de Ticciano, foi aprimorada com as técnicas do chiaroscuro e do sfummato desenvolvidas por Leonardo da Vinci. Os escultores, também, redescobriram muitas técnicas antigas como o contrapposto.
Seguindo o espírito humanista do período, a arte tornou-se mais laica em suas temáticas, buscando motivos na mitologia clássica em adição aos temas cristãos. Este gênero de arte costuma ser chamado de classicismo renascentista. Os três mais influentes artistas renascentistas são Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Rafael Sânzio, pertencentes à Renascença italiana.
Outra figura igualmente importante mas menos conhecida do Renascimento (neste caso, da renascença flamenca) é Jan van Eyck, pintor neerlandês.
Períodos relevantes
Renascimento italiano. Final do século XIV até meados do século XVI
Renascimento flamenco. século XVI
Maneirismo e barroco

Retrato de Rembrandt.
Na arte europeia, o classicismo renascentista desmembrou-se em dois movimentos diferentes: o maneirismo e o barroco. O primeiro, uma reação contra a perfeição idealista do classicismo, empregou a distorção da luz e dos espaços da obra a fim de enfatizar seu conteúdo emocional e as emoções do artista. A arte barroca levou o representacionismo da Renascença para novos patamares, enfatizando detalhes e movimento na sua busca pela beleza. Talvez os mais conhecidos pintores barrocos sejam Rembrandt, Peter Paul Rubens e Diego Velázquez.
A arte barroca é frequentemente vista como parte da estratégia católica da Contrarreforma: o elemento artístico do revivescimento da vida espiritual na Igreja Católica. Além disso, a ênfase que a arte barroca deu à grandiosidade é vista como um reflexo do Absolutismo. Luís XIV disse: "Eu sou a grandiosidade encarnada", e muitos artistas barrocos serviram aos reis procurando por esse mesmo objetivo. Entretanto o amor barroco pelo detalhe é com frequência considerado como resultando em um excessivo ornamentalismo e, de certa forma, vulgar, especialmente quando o barroco evolui para o estilo decorativo do barroco. Após a morte de Luís XIV, o barroco floresceu por um curto período, decaindo em seguida. Com efeito, a aversão à ornamentação excessiva do barroco foi o ímpeto para o advento do neoclassicismo.
Períodos relevantes
Maneirismo. século XVI.
Barroco. Do século XVII até meados do século XVIII.
Neoclassicismo, romantismo, academicismo, realismo

David é o neoclássico paradigmáticoÀ medida que o tempo passava, muitos artistas colocaram-se contrários ao ornamentalismo dos estilos anteriores e buscaram a arte anterior, mais simples, do Renascimento, formando o que ficou conhecido por neoclassicismo. O neoclássico foi o componente artístico do movimento intelectual conhecido por Iluminismo, o qual era igualmente idealista. Ingres, Canova e Jacques-Louis David estão entre os mais conhecidos neoclássicos.
Da mesma maneira que o maneirismo rejeitava o classicismo, o romantismo rejeitava as ideias iluministas e a estética neoclássica. A arte romântica enfocava o uso da cor e do gesto a fim de retratar a emoção, mas, como o classicismo, usava a mitologia clássica e a tradição como uma importante fonte de simbolismo. Outro importante aspecto do romantismo foi sua ênfase na natureza e no retrato do poder e da beleza do mundo natural, sempre idealizados de acordo com um eu. O romantismo foi também um grande movimento literário, especialmente na poesia. Entre os maiores artistas românticos estão Eugène Delacroix, Francisco Goya, e William Blake.

A Liberdade Guiando o Povo, deEugène Delacroix, é um dos quadros mais famosos do Romantismo.Muitos artistas deste período tenderam a apresentar uma posição centralizadora que levou-os a adotar simultaneamente características diferentes dos estilos romântico e neoclássico, de forma a sintetizá-los. As várias tentativas tomaram lugar na Academia Francesa, e coletivamente são reunidas na arte acadêmica. Considera-se que William-Adolphe Bouguereau encabece esta tendência da arte.
No início do século XIX, porém, a feição da Europa tornou-se radicalmente alterada pela industrialização. A pobreza, miséria e desespero estavam para ser o destino do novo proletariado criado pela "revolução". Em resposta a estas mudanças acontecendo na sociedade, surgiu o movimento realista. O realismo procurou retratar acuradamente as condições e dificuldades das classes populares na esperança de alterar a sociedade. Para o movimento, o artista deve representar o seu tempo, sem no entanto tomar um partido definido: deve retratar os pontos que considerar adequados, denunciando-os à sociedade. Em contraste com os românticos, que eram essencialmente otimistas com o destino humano, o realismo retratou a vida nas profundidades de uma terra urbana sem ordem. Como o romantismo, desenvolveu-se também como um movimento literário. Entre os grandes pintores realistas estão Gustave Coubert e Edouard Manet (este abre caminho para oimpressionismo).
É interessante notar que, embora o neoclassicismo tenha sido deixado para trás quando do advento dos novos estilos, ele continuou a existir pontualmente e, em certos lugares, a arquitetura neoclássica perdurou até o início do século XX.
Períodos relevantes
* Neoclassicismo. De meados do século XVIII até o início do século XIX (embora continue se manifestando pontualmente durante todo o século)
* Romantismo. Fins do século XVIII até meados do século XIX.
* Realismo. Meados do século XIX.

Arte No Século XIX



Aluno: Bruno Fava
Fonte:

* http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte_ocidental

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